A Coccidiose aviária é uma das doenças mais conhecidas e comuns no mundo. Os danos econômicos aos produtores de frangos são considerados relevantes, sendo o prejuízo anual superior a 3 bilhões de dólares em média, mundialmente. Tudo isso, devido à mortalidade, redução de peso e custos gerados no controle da doença nas aves.
A doença se desenvolve quando as aves são expostas através da ingestão de um parasita protozoário do gênero Eimeria que pode estar presente no ambiente, no alimento, na água e até na cama. A Eimeria possui sete espécies e em aves, afeta diretamente o intestino, causando uma modificação estrutural das vilosidades intestinais (dobras da camada interna do intestino delgado) e destruição das células epiteliais do intestino (impedindo sua renovação), que resulta na redução da capacidade de absorção de nutrientes e má digestão, tornando-o suscetível a outras doenças como a Enterite necrótica.
O reconhecimento da doença se dá através dos sintomas externos que serão citados logo abaixo, não descartando a presença de um Médico Veterinário para fazer os exames do conteúdo encontrado nas fezes e intestino, podendo assim confirmar o diagnóstico. Sendo eles:
- Diarreia;
- Muco ou sangue nas fezes;
- Desidratação;
- Penas arrepiadas;
- Anemia;
- Despigmentação da pele;
- Prostração e comportamento letárgico.
Dicas práticas
Conversamos com o Médico Veterinário e colunista do Avicultura Blog Dr. Hoovert Alejandro Sanchez Palma, e ele trouxe dicas para lhe auxiliar no entendimento dessa doença.
É importante que o veterinário nos aviários faça necropsias nas aves de uma a duas vezes por semana, com uma observação minuciosa nos intestinos.
Eimeria acervulina, E. brunetti, E. maxima, E. mitis, E. necatrix, E. praecox e E. tenella. Todas provocam infecção no trato intestinal.
Eimeria acervulina: invade as células epiteliais de duodeno e intestino delgado anterior. Causa forte depressão no ganho de peso.
Eimeria. brunetti: Essa espécie de Eimeria pode induzir a piora da conversão alimentar, redução do ganho de peso e mortalidade moderada nos casos de infecções graves. Em casos graves pode haver presença de sangue nas fezes.
Eimeria mitis: infecta, predominantemente, a metade anterior do intestino delgado. Apesar de ter sido considerada não patogênica, tem causado mortalidade em pintinhos
Eimeria praecox: infecta a parte superior do intestino. Provoca depressão no ganho de peso e até mesmo, perda de peso.
Eimeria necatrix: junto com a E. tenella é considerada a espécie mais patogênica. Invade as células do jejuno ou área mediana do intestino delgado. Pode causar alta mortalidade.
Eimeria maxima: invade principalmente, a região mediana de intestino delgado. Provoca alta mortalidade (50%), perda de peso, má conversão alimentar.
Eimeria tenella: invade as células epiteliais e da submucosa. Extremamente patogênico causa alta mortalidade.
No exame das necropsias, o um indício da doença é a presença de sangue nos intestinos, que ao ser tocado é possível sentir uma sensação bastante próxima à textura de areia ou açúcar.
A prevenção é o segredo!
Como citado anteriormente, a gravidade e o prejuízo somados à essa doença, são grandes. Há necessidade de um planejamento de manejo e prevenção para o devido controle. Além do básico recomendado para todas as doenças e a manutenção da sanidade, que é justamente a limpeza e desinfecção do ambiente, é interessante o uso de anticoccidianos na alimentação (ração) ou usar vacinas existentes no mercado.
Por fim, recomenda-se também que aves doentes ou com suspeita, sejam mantidas distantes das saudáveis, para que sejam fornecidos tratamentos adequados ou descartados caso a doença já esteja em um nível avançado.
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